sexta-feira, agosto 13, 2004

encarcerado no meio do mar num dia de azar

Fui-me deitar para descansar e fazer a viagem de Valência ao Porto a conduzir. Acordo passado umas horas e reparo que pela hora já deveria ter chegado ao porto de Valência, mas de momento não via sequer terra à vista. Querendo saber o porque da minha situação, fui falar com um membro da tripulação para me informar do que havia sucedido. Pelo que consegui entender do que me tentou explicar mal e porcamente, houve uma avaria num dos motores do barco e estávamos a andar bem devagar à cerca de algumas horas. Para além disso, já tínhamos oito (8, foda-se!) horas de atraso em relação à hora pré-determinada de chegada. Isto quer dizer que, em vez de chegar ao Porto, depois de umas horas largar de condução, lá pelas seis da manhã iria só chegar depois das catorze horas! Um pouco mais acalorado pelo momento resolvi ir deambular um pouco pelos corredores sinistros e finalmente fui parar à parte exterior do barco para tentar relaxar. Fechei os olhos, inspirei fundo algumas vezes e voltei a abrir o olhos. Fitei o mar durante vinte e tal minutos enquanto me tentava convencer que era inútil ficar muito irritado com isto, pois não havia nada que eu pudesse fazer. Sentia-me preso, impotente e revoltado. Apetecia-me mandar uns valentes bofardos ao imbecil que fez a revisão deste barco antes de ele partir. Como essa pessoa não se encontrava a bordo, tive de me contentar em matar algum tempo, se é que se o pode matar, numa mesa do bar a observar as pessoas que passavam na companhia da minha família. Após repararmos as pessoas que viajavam sós agora formavam grupos que pareciam verdadeiras tertúlias, de termos partilhado as nossas opiniões sobre como esses grupos eram definidos, acabamos por nos ir deitar frustrados na tentativa de viajar no tempo e acelerar o mais possível esta viagem miserável.
Resumindo e concluindo, estive desde as 11:30 de dia 12 de agosto até às 03:02 de dia 13 de agosto retido num barco no mar mediterrâneo. Dezasseis horas da minha juventude, que cada vez me apercebo mais que não é eterna, completamente desperdiçadas! Alguém vai pagar por isto! Iscomar, põe-te a pau seu cabrão, hei-de me vingar desta!
Ou será que isto tudo foi apenas uma questão de azar por hoje ser sexta-feira dia 13?

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