sábado, março 19, 2005

Verdadeiros campeões

Ontem fui jantar com o meu Pai e o meu Avô. Devia ter levado a maquina de filmar. Há certas coisas que ninguém acredita a não ser que veja por si mesmo, tal como S.Tomé. Parecia que estava a presenciar o campoenato nacional da taralhoquice onde eu era o àrbitro,um dos espectadores e o comentador.

"Boa noite caro espectador! Estamos aqui, em directo do estádio La Brasserie de L'Entrecôte na cidade do Porto onde já foram jogados alguns jogos importantes para este campeonato nacional da taralhoquice. Esta partida será hoje disputada por dois sérios concorrentes ao título, os velhos rivais Pai e Avô.
Pai, com 71 kg que irão atacar da esquerda para a direita com uma formação 20-10-20-11. Um jogador com uma técnica de troca de idéias invejável, uma má compreensão auditiva elevada e uma capacidade de atrapalhar o seu próprio raciocínio soberba.
Avô, com 92 kg que por sua vez irão utilizar uma formação 40-30-12-10 da direita para a esquerda. Aqui temos um jogador mais experiente que conseguiu aperfeiçoar a sua técnica ao longo dos anos, com um leque de jogadas confusas mais variado e completo.
Esperemos que as claques tenham um comportamento mais digno do que da última vez e que não ocorram confrontos entre alguns membros como já vem a ser costume. Prevejo hoje uma vitória da parte do Avô devido à sua longa experiência, mas Pai tem ficado mesmo um verdadeiro expert nestes últimos tempos.
Vamos então dar início à partida. O empregado de mesa traz a lista, acende a vela e a "bola" está em campo! Quem irá fazer a primeira asneira?
Pai: pede três cervejas para ganhar espaço de manobra
Avô: não se deixa ficar e pega numa faca começando a barrar uma torrada com manteiga. Isto hoje promete! Chegam as cervejas, o empregado faz agora notar a sua preferência sexual divulgando uns tiques bastantes esclarecedores e as picardias começam!
Avô: esbraceja a falar e a sua mão raza a vela, mas que oportunidade desperdiçada!
Pai: contrataca pegando na cervejola, dá uma golada e pousa o copo com um olhar estratégico.
Avô: perde-se na conversa deixando o adversário e o àrbitro nas lonas.
Pai: ri-se estende o braço para alcançar o maço de tabaco, finta e entorna o cooopoooooo e é golo! É gooooooooooooooloooooooooooooo! Está feito o 1-0! Que jogada surprendente... [...] ... Bem, ao fim destes 80 minutos chegamos ao fim de mais um grande jogo entre dois titãs deste desporto onde só faltaram mais golos. Ficaremos à espera da próxima partida que será realizada ainda esta semana por volta das 14:30 num local ainda a definir. Obrigado por nos ter acompanhado até aqui, desejamos-lhe um bom resto de serão e continue na nossa companhia..."

Hoje, dia do pai (para os palermas que se esqueceram!), fui almoçar com o meu pai e o meu avô. Foi para a desforra. O meu Avô conseguiu arrancar um empate, adormecendo sentado à mesa, enquanto lhe dirigiam a palavra...

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