Não dá para acreditar
Mais uma história do camandro que vos trago. Desta vez a famosa história do assentador de tijolos, onde confirmamos que toda a gente tem o direito de ser estúpida, mas algumas pessoas abusam do privilégio.
"Sou assentador de tijolos. No passado dia 8 de Setembro estava a trabalhar sozinho no telhado de um edifício de seis andares. Quando terminei o meu trabalho, verifiquei que me tinham sobrado muitos tijolos, mais ou menos 250Kgs, e pensei que em vez de os descer à mão, um a um, decidi colocá-los num bidão que havia no terreno, que poderia utilizar com a ajuda de uma roldana, a qual felizmente estava fixada num dos lados do prédio, no 6º andar.
Desci para o terreno e atei uma corda ao bidão. Subi para o telhado e puxei o bidão para cima e nele pus os tijolos dentro que couberam todos. Voltei para baixo, desci a corda e segurei-a com força de modo a que os tijolos descessem devagar. Aí começou o sinistro. Como eu só peso cerca de 80Kgs, qual não foi o meu espanto quando de repente me senti içado no ar, saltei do chão, perdi a minha presença de espírito e esqueci-me de largar a corda. Acho que comecei a subir a grande velocidade. Lembro-me que na proximidade do 3º andar embati no bidão que vinha a descer (cruzei-me mesmo com ele) e isto explica a fractura no crânio e a clavícula partida. Continuei a subir, mas com menos velocidade, e só parei quando cheguei ao 6º andar e os meus dedos ficaram entalados na roldana. Felizmente que já tinha recuperado a minha presença de espírito e consegui, apesar das dores, agarrar-me à corda e soltar os dedos da roldana. Enquanto tudo isto se passava lá em cima, o bidão chegou ao chão com um grande estrondo e o fundo partiu-se e ficou sem os tijolos que se partiram e espalharam pelo terreno. Sem os tijolos, o bidão pesava mais ou menos 20Kgs. Como V. Exas podem imaginar e como eu ainda estava agarrado à corda lá em cima, comecei então a descer rapidamente, e próximo do 3º andar encontrei outra vez o bidão que vinha a subir, e isso explica as fracturas nos tornozelos e as luxações nas pernas, bem como na parte inferior do corpo. O encontro com o bidão diminuiu a velocidade da minha descida pelo prédio abaixo o suficiente para minimizar os meus sofrimentos, quando caí em cima dos tijolos que estavam no terreno. Felizmente só fracturei 3 vértebras. Lamento no entanto informar que enquanto me encontrava caído em cima dos tijolos, sem quase me poder mexer, olho e vejo o bidão lá em cima. Aí perdi novamente a minha presença de espírito e larguei a corda. O bidão, disseram-me depois, pesava mais que a corda e então desceu e caiu em cima das minhas pernas, partindo-as imediatamente. Só me lembro depois de ter acordado no hospital e só 3 dias depois é que consegui ditar a descrição deste acidente. Espero ter dado as informações detalhadas para poder ser indemnizado por V. Exas."
Imagino a cara dos colegas de trabalho deste tipo quando o foram visitar ao hospital:
«Ó Zé, porque é que foste fazer uma estupidez dessa envergadura? Pareceu-te boa ideia na altura, foi isso!?»
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