segunda-feira, outubro 18, 2004

bye bye Bro

"Fui acompanhar hoje o meu irmão mais novo ao aeroporto. Vai para a Berlin durante duas semanas para casa de uma rapariga que esteve de visita em nossa casa durante este último ano lectivo. A minhã mãe também foi entrega-lo. Ficou por lá a tratar do check-in, as malas e o camandro, visto que pelos vistos ninguém do DSP se chegou à frente. Chegaram os últimos participantes desta viagem inter-escolar e entraram para a zona do free-shop despedindo-se dos pais presentes."

Como sou um tipo que gosta das coisas simples e bem contadas, esta é a minha versão. Para quem gosta de histórias mais do género Big Fish, aqui vai:

"Acordei cedo lá para as 5 da manhã porque ouvi um ladrar muito forte. Era o meu cão na sala a alertar porque passava alguém à porta de nossa casa. Abri a porta principal para que ele fosse ver o que se passava, fazer as suas necessidades matinais e aproveitei a companhia para ir fazer as minhas. Enquanto eu estava a mijar do muro para a rua ouvi uma voz e parei. Não escutando nada resolvi continuar o que estava a fazer. Ouvi a voz de novo e reparei que era de um peixe enorme que estava deitado em cima do meu carro. Pensei: "Como é que este gajo foi ali parar!?" Tentei falar com o peixe e ele não só me entendeu como me respondeu de volta. Pelo que ele me contou tinha ido parar ao meu carro com a chuva. Tinha chovido imenso naquela noite, o peixe que estava a morar num lago no Museu de Serralves, resolveu arriscar a subida das àguas e descer pela Avenida Marechal Gomes da Costa até alcançar o mar. Não o tinha conseguido ainda, porque tinha ficado demasiado ofuscado pela para-choques do meu carro e embateu nele ficando depois entalado entre o para-choques. A àgua agora tinha descido demais para ele poder descer pela avenida. Então estava pedindo socorro, pois não ia conseguir sobreviver muito mais tempo. Fui a correr buscar as chaves do carro peguei no peixe e fomos em direcção ao mar. Durante a viagem ele tossiu imenso, até pensei que ele não ia aguentar o caminho todo e de repente cuspiu para cima do banco. Parei o carro em frente ao Homem-do-Leme, peguei no peixe e corri em direcção à àgua. Atirei-o ao mar e enquanto ele ia a rodopiar pelo ar gritou: "Obrigado! Deixei-te um presente no carro... Splash!!!". Depois veio à tona e despediu-se no ar enquanto mandava um salto. Fiquei a pensar o que é que o palerma do peixe me tinha deixado no carro e quando cheguei à beira do carro acordei. Vesti-me, fui tomar o pequeno almoço, lavei os dentes e saí de casa. Quando entrei no carro olhei para o banco em que tinha estado o peixe e vi o que ele me tinha deixado. Um chocolate, que me podia ter caído da mochila no dia anterior perfeitamente, mas que vou continuar a dizer que foi o peixe que o deixou.
Fui para as aulas, esperei pelo professor/colegas e não houve aulas. Vi as horas, liguei à minha mãe e combinei que me encontrava com ela, para me despedir do Bernardo, no aeroporto. Quando cheguei o meu irmão já andava entusiasmadíssimo a fazer corridas de carrinhos de mão com os amigos dele. Em Junho, o Bernardo até escondeu o formulário que os meus pais tinham de ler e assinar para ele poder fazer esta viagem à Alemanha, agora estava frenético por mudar de ares durante uns tempos. A minha mãe organizou o resto da viagem, coisa que pelos vistos ninguém se tinha lembrado de fazer e os miúdos despediram-se dos paizinhos que por lá deambulavam. "...manda um abraço ao peixe por mim..." - diz o Bernardo, enquanto entrava para a zona do free-shop a acenar o mesmo chocolate que estava no meu carro no principio do dia..."

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