domingo, setembro 05, 2004

mentir honestamente

Lembrei-me noutro dia do meu décimo ano onde, em filosofia, aprendemos os silogismos. A frase introdutória e enigmática dessa matéria que ouvi da minha professora, a D.Manuela, foi a seguinte: "um mentiroso quando diz que está a mentir, está falar a verdade ou não?".
Pensei nessa frase durante imenso tempo sem obter alguma conclusão, claro. Durante a minha busca por uma resposta a essa pergunta acabei por chegar à conclusão que o melhor a fazer numa situação em que temos de mentir é mentir honestamente. "E como é que se faz isso!?" - perguntam vocês. Muito fácil: Quando me fazem uma pergunta e já estão a prever que eu vá mentir ou que tente mentir, eu não minto. Limito-me a dizer a pura e simples verdade. Deste modo a pessoa que me fez a pergunta desconfortável não fica com a certeza se eu estava a mentir ou não, pois o que lhe disse parece demasiado sincero. Enquanto ela está no meio deste fogo cruzado de dúvidas na cabeça dela lanço mais uma ou outra confusão lá para o meio e, normalmente, o assunto fica resolvido com um curto-circuito mesmo à minha frente.
Tentem em casa a ver se resulta!

Por exemplo:

O Manuel estava em casa com a sua mulher a Rosa. Estavam os dois a assistir à sua novela quando a Rosa pede ao Manuel para ir comprar caracóis para o jantar. O Manuel levanta-se do seu "trono", contrariado, vai buscar a carteira ao bolso do casaco e sai de casa. Pelo caminho resolve parar num bar para beber um copo. Entra, pede a sua cerveja e senta-se no balcão. Passado uns minutos entra um mulherão, daqueles faz toda a gente virar a cara e lança-se ao Manuel. Nem coisa de 30 minutos e já estão os dois no quarto de hotel dela a tratar do assunto. O Manuel acorda passado umas horas, nú ao lado da mulher mais bela que ele alguma vez viu e suspira. De repente olha para o relógio, vê que já são 5 da matina e que a Rosa a esta altura já deve estar lixada à espera. Levanta-se, sem acordar a sua companhia, veste-se a correr, desce as escadas do hotel, mete-se no carro e vai para casa. Quando está a entrar surrateiramente pela porta principal, a Rosa acorda e apanha-o em flagrante a voltar àquelas lindas horas.
«- Ó Manuel onde é que tu estiveste metido até agora, porra?»
«- Olha Rosa, senta-te para eu te contar. Então é assim: Saí para comprar caracóis como tu mandaste, mas resolvi parar no bar para beber um copo. Estive lá sentado até que entrou a mulher mais bonita que eu alguma vi. Veio falar comigo e levou-me o quarto de hotel dela. Estive na cama com ela até agora Rosa! Perdoas-me?»
«- Porra Manuel! Nem mentir sabes! Então foste ao bar, apanhaste uma piela e ainda por cima esqueceste-te da porcaria dos caracóis!?»

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