quarta-feira, setembro 14, 2005

Festa dos enganos

Infelizmente estou a entrar numa idade em que começo a presenciar acontecimentos em que nunca tinha pensado antes. Por exemplo o primeiro casamento de uma amiga. O casamento é algo que contínuo a olhar com uma certa distância, não por cautela ou algum receio de compromisso, mas porque ainda me considero um miúdo. Reparei no último que fui que o casamento é uma festa para a noiva e mais nada. Não importa como o noivo vai, porque em princípio ele vai estar vestido da mesma forma que os outros convidados masculinos com a diferença de ter uma flor ao peito, agora a noiva, essa tem de ir com um daqueles vestidos espampanantes para se poder identificar bem ao longe que ela vem aí. Nessa altura é normal que a dita cuja chegue "fashionably late", mas ai do sacana do noivo que não esteja lá à espera fica logo o caldo entornado. Lembrei-me das despedidas de solteiro. Já sei que é a última noite de solteiro é na véspera do casamento e que é a última noite em que o noivo é SOLTEIRO, mas nunca façam a despedida na véspera do casamento. Dá sempre barraco pois o noivo aparece sempre podre de bêbado, mais do que atrasado ao casamento, que devia ser prefeito como todos, e ninguém quer ouvir o "ralhete-dos-comos":
"Como é que apareces a estas horas? Como é que é possível teres ficado até tão tarde ontem? Como é que apareces neste estado aqui? Como é que não te controlaste?" com a estucada final: "Olha João, vamo-nos casar na mesma por respeito aos meus/teus país e todos os nossos familiares que cá vieram hoje, mas nem sabes o que te espera."
O gajo começa a vida de casado com uma desvantagem descomonal e fica o resto do tempo que passarem juntos a tentar compensar aquele dia do casamento. Deve ser uma sensação parecida com isto...

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